Caíram todos na armadilha
dos homens postados
à esquina
E de repente
no bairro acabou o baile
e as faces endureceram na noite
Todos perguntam por que foram presos
ninguém o sabe
e todos o sabem a final
E ficou silêncio
dum óbito sem gritos
que as mulheres agora choram
Em corações alarmados
segredam místicas razões
Da cidade iluminada
vêm gargalhadas
numa displicência cruel
Para banalizar um acontecimento
quotidiano
vindo no silêncio da noite
do musseque Sambizanga
- um bairro de pretos!
Por Agostinho Neto, poeta e revolucionário angolano.
Hoje pela primeira vez posto aqui um texto que não é meu, mas achei muito válido.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
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